Zombie AI Siri pode chegar aos iPhones dois anos após seu anúncio
Nesse ponto, será que ainda nos importaremos com a Siri movida à IA?
Durante a keynote da WWDC 2025, o vice-presidente sênior de software da Apple, Craig Federighi, subiu ao palco embalado pela música “Round and Round”, do Ratt. Enquanto Stephen Pearcy entoava “Love’ll will find a way, just give it time… What goes around, comes around”, Federighi, com sua brilhante cabeleira branca, tomou o centro dos holofotes. Ele passou a apresentar todas as atualizações relacionadas à Apple Intelligence de 2024 e 2025. Contudo, havia algo em falta, e a Apple sabia que todos nós estávamos pensando nisso.
“Estamos continuando a trabalhar para tornar a Siri ainda mais pessoal”, afirmou Federighi. “Esse trabalho precisou de mais tempo para atingir nosso elevado padrão de qualidade, e estamos empolgados em contar mais sobre isso no próximo ano.”
Embora a Apple possa revelar mais detalhes sobre a tão aguardada Siri movida à IA em 2025, os rumores sugerem que talvez só a vejamos na primavera de 2026. Conforme o famoso repórter de rumores da Apple da Bloomberg, Mark Gurman, com base em fontes anônimas, o gigante da tecnologia oferecerá uma Siri personalizada e com capacidade de conversação como parte da atualização iOS 26.4. Se a Apple cumprir o alvo de primavera de 2026, isso ocorrerá quase dois anos após o anúncio feito durante a WWDC 2024.
De acordo com a Bloomberg, a Apple informou que algumas atualizações de IA serão lançadas ainda este ano. Gurman sugere que a empresa pode disponibilizar uma versão beta da Siri com IA ainda neste outono, caso ela atinja o seu “elevado padrão de qualidade”. Enquanto isso, a empresa tenta conquistar os consumidores com o redesenho “Liquid Glass” do iOS 26 e com a Visual Intelligence, que permite aos usuários fazer perguntas ao ChatGPT sobre o que aparece na tela.
Já teremos, por outro lado, completado dois ciclos inteiros do Android, que se torna cada vez mais repleto de recursos de IA. O Gemini superou há muito o Google Assistant como chatbot padrão dos smartphones. No Google I/O do mês passado, a Alphabet foi além ao sugerir que as pessoas pagariam por uma assinatura de US$ 250 para ter acesso completo à versão mais avançada do Gemini, além de benefícios como o NotebookLM e acesso ao modelo Veo3 através da ferramenta de criação de vídeos Flow.
Em comparação com a concorrência, os recursos de IA da Apple parecem ser pequenos peixes em um oceano imenso e em expansão. Análises de vendas demonstram que os consumidores estão geralmente indiferentes quanto a funcionalidades de IA em celulares, e nem o Google nem a Apple venderam muitos aparelhos a mais apenas por conta da IA. Ao mesmo tempo, os investidores querem que a Apple concorra no setor de IA com as outras grandes empresas de tecnologia, independentemente das consequências para os usuários, que muitas vezes preferem não utilizar um chatbot para tudo.
A Apple não está se comportando de forma tão estoica após o atraso da Apple Intelligence. Segundo Gurman, há um embate interno entre os setores de engenharia e marketing sobre quem exagerou nas promessas. A empresa ainda está desenvolvendo seus próprios modelos de linguagem – a base da IA que alimenta chatbots como o ChatGPT. Nesse cenário, seria esperada uma tentativa da Apple de oferecer algo realmente único, em vez de simplesmente seguir os passos de outros gigantes da tecnologia. Talvez a empolgação com uma Siri aprimorada pela IA não seja tão grande quanto o desejo por um assistente que informe o clima e gerencie e-mails sem complicações. Para amenizar o descontentamento dos fãs, uma solução pode ser o lançamento de uma luminária inspirada na Pixar e movida à IA – algo realmente inédito.