Meta Lança Conferência LlamaCon e Desafia a OpenAI
Na última terça-feira, a Meta realizou sua primeira conferência de desenvolvedores de inteligência artificial, a LlamaCon, em sua sede em Menlo Park, Califórnia. Durante o evento, a empresa anunciou o lançamento de um aplicativo de chatbot de IA voltado para o consumidor e uma API para desenvolvedores acessarem os modelos Llama na nuvem. Embora ambos os lançamentos tenham como objetivo ampliar a adoção dos modelos abertos de IA, o verdadeiro motivo por trás da iniciativa é enfrentar a OpenAI.
O aplicativo de chatbot da Meta, com uma interface que inclui um feed social onde os usuários podem compartilhar suas conversas com a IA, se mostra quase como uma forma de antecipar iniciativas concorrentes, potencialmente refutando rumores sobre uma rede social planejada pela OpenAI. Já a API Llama foi desenvolvida para simplificar a criação de aplicativos que interagem com os modelos na nuvem, eliminando a necessidade de provedores terceirizados e oferecendo um conjunto mais robusto de ferramentas para os desenvolvedores.
A rivalidade entre a Meta e a OpenAI é notória. Documentos judiciais já revelaram que executivos da Meta, em algum momento, chegaram a demonstrar obsessão em superar o GPT-4 da OpenAI, que foi referência em seu tempo. Essa estratégia de minar provedores de modelos proprietários, como a OpenAI, tem sido um elemento central na abordagem da Meta com relação à inteligência artificial.
Em um diálogo no palco com o CEO da Databricks, Ali Ghodsi, durante a LlamaCon, Mark Zuckerberg destacou o valor dos modelos abertos. Segundo ele, a possibilidade de combinar as melhores características de diferentes modelos, como o DeepSeek ou o Qwen, cria um ambiente de constante aprimoramento, fazendo com que os modelos fechados percam qualidade e competitividade.
Além de restringir o crescimento da OpenAI, a estratégia da Meta também pode estar orientada a atender exigências regulatórias. A legislação da União Europeia concede benefícios às empresas que oferecem sistemas de IA “livres e de código aberto”, e a Meta frequentemente defende que seus modelos Llama se enquadram nessa categoria.
Independentemente das motivações, a Meta parece focada em impulsionar os lançamentos de tecnologias que promovam um ecossistema de modelos abertos, mesmo que isso signifique não investir prioritariamente em entregar os modelos de IA mais avançados do mercado.