Tendência viral do ChatGPT: busca reversa de localização a partir de fotos

Uma nova tendência nas redes sociais tem ganhado força: pessoas estão utilizando o ChatGPT para identificar a localização mostrada em fotos. Recentemente, a OpenAI lançou os modelos de IA o3 e o4-mini, que possuem a capacidade única de “raciocinar” através de imagens. Esses modelos conseguem cortar, rotacionar e ampliar fotos — mesmo as borradas ou distorcidas — para realizar uma análise detalhada.

Combinadas com a habilidade de buscar informações na web, essas capacidades transformam o o3 em um poderoso recurso para encontrar locais. Usuários já descobriram que esse modelo é bastante eficaz para deduzir cidades, pontos turísticos e, inclusive, restaurantes e bares, a partir de sutis pistas visuais. Em geral, os modelos não se apoiam em “memórias” de conversas anteriores nem em dados EXIF das fotos, que indicam, por exemplo, onde a imagem foi capturada.

Nas redes, há diversos relatos de usuários que enviam menus de restaurantes, fotos de bairros, fachadas e até autorretratos para o o3, desafiando-o como se fosse um jogo do tipo GeoGuessr, que obriga os participantes a adivinharem a localização a partir de imagens do Google Street View.

Apesar do entretenimento, essa funcionalidade abre caminho para potenciais problemas de privacidade. Não há barreiras suficientes para impedir que indivíduos mal-intencionados, por exemplo, capturem uma imagem da História do Instagram de alguém e usem o ChatGPT para tentar identificar sua localização.

Em testes realizados, o o3 demonstrou notável precisão em diversas situações. Em um caso, ao receber uma foto tirada em uma biblioteca, o modelo identificou a origem da imagem em apenas 20 segundos. Já em outro cenário, com a imagem de uma cabeça de rinoceronte roxa montada em um bar com pouca iluminação, o o3 acertou ao informar que a foto era de um speakeasy em Williamsburg, enquanto um modelo anterior havia sugerido erroneamente a localização em um pub no Reino Unido.

Esses exemplos ilustram os desafios e os riscos inerentes aos modelos de IA com capacidades avançadas de raciocínio, especialmente no que diz respeito à privacidade. No momento, pouco parece ter sido feito para prevenir essa “busca reversa de localização” através do ChatGPT, e a OpenAI ainda não abordou o assunto em seus relatórios de segurança referentes aos modelos o3 e o4-mini.

Estamos acompanhando de perto essa discussão e atualizaremos as informações assim que houver novas declarações oficiais.