A frase “Se você luta pelas suas limitações, você as mantém” se popularizou com o especialista em memória e cérebro Jim Kwik.
Quando criança ele sofreu muito por ser chamado de ‘criança do cérebro quebrado', pois tinha dificuldades enormes de memorizar e aprender as coisas na escola após um acidente no qual bateu sua cabeça.
Então essa frase tem um tom de experiência pessoal para ele pois conseguiu superar essa limitação e se tornar uma pessoa de renome na área do aprendizado.
Eu acho interessante essa frase (e também a sua história) pois lida com algo que eu também vivenciei: que é a nossa conversa interna e como ela nos define.
Quando eu era mais novo eu era aquele ‘gordinho baixinho' da escola que tinha apelidos não muito legais – sofria o que hoje chamamos de bullying.
Então ao chegar na adolescência minha autoestima não era das melhores e, atrasado entre os colegas na ‘busca pelo primeiro beijo' eu me vi numa situação de depressão. É normal esse tipo de transformação nessa idade, mas foi um momento bem difícil.
Depois de uma consulta com o psiquiatra e a recomendação de tomar um antidepressivo, algo mudou em mim. Pensei algo do tipo:
“Esse é o caminho que quero seguir?”
E, conversando com meus pais, decidi não seguir com o tratamento e buscar outras formas de melhorar. Em vez de fortalecer a imagem e mensagem de que eu era uma pessoa tímida, burra ou qualquer coisa do tipo, me joguei para o outro extremo na tentativa de melhorar.
Comecei a ler e pesquisar sobre o mundo pela internet a fora, emagreci muito e acabei ficando um pouco arrogante – me ‘achando' mesmo.
A transformação não foi necessariamente saudável – anorexia, por exemplo – mas foi o que minha ingênua cabeça de 15 anos conseguiu.
Com o tempo as coisas foram se estabilizando, mas o discurso de que eu era uma pessoa confiante passou a não ser mais um vazio na minha cabeça e sim algo que era respaldado pelas percepções das pessoas à minha volta.
A partir do momento que a gente fortalece um discurso interno, ele só fica mais forte. E isso serve tanto para as coisas positivas quanto as negativas.
“Eu sou tímido e não consigo falar em público”
“Eu sou confiante e enfrento qualquer desafio”
As duas frases lidam com a nossa identidade. Isto é, é o tipo de discurso interno que diz respeito não sobre algo momentâneo, mas sim com algo que entendemos que faz parte do nosso ser. Reforçar um ou outro pode não ser uma escolha fácil, mas é uma escolha no final das contas.
Mudar nossa identidade é a coisa mais difícil que tem, mas é possível. O acompanhamento de profissionais – como psicólogos – é o ideal e eu fiz terapia durante boa parte desse processo de transformação.
Por isso, eu realmente acredito que a melhor forma superar nossas limitações é não ficar argumentando – ou lutando – por elas.
Faz sentido? Me conta nos comentários.
Divirta-se!