EUA indiciam vários supostos hackers chineses
Os Estados Unidos anunciaram acusações contra uma série de supostos hackers chineses, sancionaram uma empresa de tecnologia chinesa e ofereceram uma recompensa de US$ 10 milhões (US$ 15,8 milhões) por conta de uma campanha de espionagem que, ao longo de vários anos, teria roubado informações de vítimas em solo americano e em outras partes do mundo.
Autoridades federais acusaram 10 pessoas de colaborarem no roubo de dados. Entre os suspeitos, oito trabalhavam para a empresa conhecida como Anxun Information Technology, também chamada de i-Soon, enquanto outros dois atuavam para o Ministério de Segurança Pública da China. Em uma acusação, a i-Soon foi descrita como “um ator-chave no ecossistema de hackers a aluguel da República Popular da China”.
Os alvos incluíam agências e instituições importantes, como a Agência de Inteligência de Defesa dos EUA, o Departamento de Comércio, os ministérios das Relações Exteriores de Taiwan, Coreia do Sul, Índia e Indonésia, além de organizações de notícias críticas à China e mesmo a Assembleia Estadual de Nova York. Ainda segundo a acusação, os hackers também teriam direcionado seus ataques a diversas personalidades e grupos religiosos, incluindo uma grande organização religiosa nos Estados Unidos.
Conforme a acusação, a i-Soon cobrava dos serviços de inteligência chinesa valores que variavam entre US$ 10.000 e US$ 75.000 por cada caixa de entrada hackeada com sucesso, com pagamentos adicionais destinados à análise dos e-mails.
Além disso, o Tesouro dos Estados Unidos anunciou que está sancionando uma empresa sediada em Xangai e seu proprietário, devido ao alegado roubo e venda de dados oriundos de redes críticas altamente sensíveis do país. Em comunicado, o Tesouro informou que as sanções recaem sobre a Shanghai Heiying Information Technology Company e seu fundador, Zhou Shuai, por “vender dados extraídos ilegalmente e fornecer acesso a redes de computadores comprometidas”. Parte desses dados teria sido posteriormente adquirida por Yin Kecheng, um hacker chinês já sancionado, que também foi implicado no furto de dados do Tesouro. Tanto Zhou quanto Yin foram indiciados.