Ansiedade Impacta Ações de Inteligência Artificial
Durante uma discussão no Bloomberg Technology, especialistas analisaram os fundamentos do negócio da Nvidia e o cenário atual do mercado de IA. O debate começou com a avaliação de 3 trilhões de dólares da empresa, levando a questionamentos sobre se os resultados apresentados justificavam tanto entusiasmo.
Um dos pontos destacados foi que, apesar dos números estarem de acordo com as expectativas – e até ligeiramente acima – o atual clima de incerteza nos mercados faz com que investidores se mostrem cautelosos e esperem com paciência pela consolidação dos resultados. Foi mencionado, por exemplo, que as margens devem se expandir no segundo semestre, especialmente com o aumento da participação do chip Blackwell no mix de produtos.
Também se discutiu o rápido lançamento de novos modelos de chips de IA, como o denominado chip Rubin, e se essa velocidade pode impactar negativamente as margens a longo prazo ou até mesmo levar ao esgotamento da demanda dos clientes. O consenso é que, embora a infraestrutura de IA avance rapidamente e exija cada vez mais poder computacional – como foi citado, até 100 vezes mais capacidade de processamento para viabilizar toda a inferência por trás dos sistemas –, a adoção pelo consumidor pode ser mais lenta, exigindo que a evolução dos modelos acompanhe gradualmente a demanda tanto do mercado corporativo quanto do público.
Exemplos práticos foram citados, como a iniciativa da Amazon de incorporar uma versão aprimorada de inteligência artificial por meio do Alexa Plus, demonstrando que a tecnologia precisa se expandir para mais áreas do cotidiano. O debate destacou, ainda, que apesar dos avanços tecnológicos promovidos por líderes como Jensen Huang, alguns desafios, inclusive de ordem geopolítica, permanecem. Questões relacionadas a novas “leis de escalabilidade” dos modelos de IA e restrições regulatórias foram abordadas, ressaltando a necessidade de uma maior flexibilidade nas regras para que as empresas possam vender seus produtos globalmente com mais facilidade.
Por fim, os participantes enfatizaram a importância de os Estados Unidos manterem uma posição de destaque na corrida pela IA. Nomes como Nvidia, Broadcom e Microsoft foram citados como referências na área, destacando a iniciativa de colocar a “América em primeiro lugar” e a necessidade de reunir parceiros estratégicos para assegurar a liderança no desenvolvimento e na globalização da tecnologia de inteligência artificial.