Interferência da Inteligência Artificial nas Democracias e a Necessidade de Regulamentação
O professor Florian Martin-Bariteau, da Universidade de Ottawa, defende que a inteligência artificial (IA) já está interferindo nas democracias ao redor do mundo, alertando para a urgente necessidade de regulamentação. Para ele, uma regulação bem estruturada não só protegeria os sistemas democráticos, mas também incentivaria a inovação tecnológica – em vez de sufocá-la.
Durante sua participação no Artificial Intelligence Action Summit 2025, realizado em Paris, Martin-Bariteau reforçou a importância de os especialistas em tecnologia continuarem a lutar por diretrizes claras e eficientes para a IA, mesmo diante de desafios significativos. Segundo o professor, a interferência da tecnologia nas tomadas de decisão democráticas exige uma resposta rápida e bem fundamentada por parte dos órgãos reguladores.
Em meio a esse debate, outros especialistas também questionaram os primeiros esboços do Artificial Intelligence and Data Act (AIDA) no Canadá. Entre as críticas, destacou-se o argumento de que o projeto de lei, inicialmente apresentado sem a devida consulta aos envolvidos, constitui “nada mais do que uma casca de lei”, sem abordar de forma efetiva as reais necessidades e desafios trazidos pela crescente influência da inteligência artificial.
Essa discussão vem ao encontro de uma tendência global de repensar o papel da IA na sociedade moderna. Regulamentar a inteligência artificial, segundo os especialistas, é fundamental para garantir não apenas a segurança das instituições democráticas, mas também para fomentar um ambiente propício ao desenvolvimento tecnológico responsável e inovador.