Anthropic usou o Pokémon como referência para testar seu mais novo modelo de inteligência artificial. Sim, de verdade.
Em um post no blog publicado na segunda-feira, a empresa revelou que testou seu modelo mais recente, Claude 3.7 Sonnet, no clássico Game Boy Pokémon Red. Para isso, equipou o modelo com memória básica, entrada de pixels da tela e funções que simulam o pressionamento de botões e a navegação, permitindo que ele jogasse Pokémon de forma contínua.
Uma característica singular do Claude 3.7 Sonnet é sua capacidade de realizar um “pensamento prolongado”. Assim como o o3‑mini da OpenAI e o R1 da DeepSeek, o modelo consegue “raciocinar” sobre problemas desafiadores aplicando maior potência computacional — e dedicando mais tempo ao processo.
Isso se mostrou útil no Pokémon Red, aparentemente.
Em comparação com sua versão anterior, o Claude 3.0 Sonnet, que não conseguiu sair de Pallet Town, local onde a aventura tem início, o Claude 3.7 Sonnet enfrentou com sucesso três líderes de ginásio e conquistou suas insígnias.
Créditos da imagem: Anthropic
Ainda não está claro quanta capacidade computacional foi necessária para que o Claude 3.7 Sonnet alcançasse esses marcos — nem quanto tempo cada etapa levou. A Anthropic afirmou apenas que o modelo executou 35.000 ações até enfrentar o último líder de ginásio, Surge.
Certamente, não demorará muito para que algum desenvolvedor criativo descubra como replicar essa façanha.
Embora o Pokémon Red seja, sobretudo, um parâmetro experimental, há uma longa tradição de uso de jogos para testar modelos de inteligência artificial. Nos últimos meses, diversos aplicativos e plataformas surgiram para avaliar as habilidades dos modelos em jogos, abrangendo títulos que vão de Street Fighter a Pictionary.
Kyle Wiggers é repórter sênior da TechCrunch, com um interesse especial em inteligência artificial. Seus textos já foram publicados na VentureBeat, Digital Trends e em diversos blogs de tecnologia, como Android Police, Android Authority, Droid‑Life e XDA‑Developers. Ele vive no Brooklyn com sua parceira, uma educadora de piano, e também toca piano em seu tempo livre — embora, na maioria das vezes, sem muito sucesso.