EcoDataCenter arrecada quase meio bilhão de dólares para expandir data centers sustentáveis para IA

A empresa sueca EcoDataCenter, especializada na construção de data centers ecológicos que atendem grandes provedores de computação, arrecadou 478 milhões de dólares (450 milhões de euros) em uma captação de recursos oriunda de investidores institucionais não identificados. Os recursos serão destinados ao desenvolvimento de novas tecnologias e à construção de unidades que priorizam a sustentabilidade.

A notícia surge apenas dois dias após um dos principais clientes da EcoDataCenter, a gigante de IA CoreWeave, ter iniciado o processo para abertura de capital nos Estados Unidos. Até o momento, a empresa já angariou um total de 910 milhões de euros em capital, mas seu valor de mercado não foi divulgado. Um representante da holding controladora, que também integra o conselho da empresa, afirmou: "Estamos focados em ampliar a EcoDataCenter e entregar valor a longo prazo, apoiados pelo forte suporte de nossos investidores. Embora avaliemos continuamente oportunidades estratégicas, como possíveis opções de financiamento no futuro, a abertura de capital não é algo que estamos perseguindo ativamente neste momento."

O foco da EcoDataCenter é construir data centers – especialmente espaços de colocation, onde os clientes instalam parte ou todos os seus servidores e equipamentos – de forma ambientalmente responsável. Essa iniciativa é particularmente oportuna, considerando pesquisas que apontam o alto consumo energético de grandes instalações de data centers, cujo uso pode atingir demandas de energia equivalentes à de centenas de milhares de carros elétricos, representando cerca de 1% do consumo global de eletricidade.

Esse compromisso com a sustentabilidade tem feito com que a EcoDataCenter se destaque, não só por suprir a demanda crescente por capacidade de computação, mas também por oferecer uma alternativa ecológica que vem inspirando outras empresas do setor. Segundo o CEO Peter Michelson, a companhia foi pioneira na utilização de madeira laminada cruzada na construção de seus data centers – tecnologia que até mesmo gigantes como a Microsoft estão adotando. Além do uso de energia renovável, a empresa continua investindo em novas abordagens e materiais para aprimorar a eficiência no resfriamento e nas operações.

Entre os clientes da EcoDataCenter estão empresas como DeepL e grandes operadoras de serviços em nuvem, conhecidas como “hiperscalers”. Embora esses players geralmente construam seus próprios data centers, eles também optam por utilizar espaços de colocation para equilibrar suas demandas. Além disso, a empresa se destaca pela parceria com a CoreWeave, sendo a principal provedora de hospedagem para o projeto pioneiro – em colaboração com a CoreWeave e a Nvidia – de construção do primeiro cluster Blackwell na Europa, localizado na cidade sueca de Falun, com o objetivo de ampliar a capacidade de computação do continente.

A expressiva captação de recursos ressalta o valor estratégico dos data centers na atual fase de crescimento da inteligência artificial, especialmente aqueles que oferecem centros de colocation, reduzindo os investimentos em equipamentos para os clientes. Esse movimento faz parte de uma tendência global, evidenciada pelo anúncio, em janeiro, de um projeto nos Estados Unidos no valor de 500 bilhões de dólares, que conta com o apoio de importantes players do setor de tecnologia.

O CEO da EcoDataCenter destacou que esse influxo de capital em infraestrutura digital reflete a transformação de empreendimentos imobiliários em ativos cada vez mais voltados para tecnologia. Essa mudança, segundo ele, já demonstra como o setor está sendo reconfigurado para atender às demandas de um mercado cada vez mais dinâmico e tecnológico.