Recuperação no Setor de Tecnologia do Reino Unido em Meio a Temores com a IA
Boas notícias surgem para o mercado de tecnologia: as vagas para profissionais de TI no Reino Unido cresceram 21%, alcançando níveis não vistos desde o período pré-pandemia. Dados recentes da Accenture indicam que o estoque de talentos em tecnologia atingiu seu maior patamar desde 2019, demonstrando uma recuperação significativa no setor.
De forma marcante, Londres continua sendo o principal polo de especialistas em tecnologia, concentrando cerca de 65% das vagas disponíveis e respondendo por 80% da demanda. Além disso, houve um aumento anual de 53% no número de profissionais que se qualificam em áreas como cibersegurança, dados e robótica – hoje, são 1,69 milhão de técnicos no país. Em um cenário onde algumas habilidades podem se tornar obsoletas diante do avanço da inteligência artificial (IA), esse crescimento no número de profissionais representa um sinal positivo para a economia.
Por outro lado, mesmo com a aceleração da automação, a demanda por trabalhadores com competências em IA aumentou 200% ano a ano, especialmente nas principais cidades britânicas. Empresas estão intensificando os investimentos em capacitação de seus colaboradores para operar com a nova tecnologia – em Londres, 58% das organizações afirmaram ter ampliado esses investimentos, em contraste com 40% fora da capital. Algumas dessas empresas destinam cerca de um quinto de seus orçamentos de tecnologia à IA neste ano.
No entanto, nem tudo são boas notícias. Enquanto a produtividade e o crescimento salarial em setores onde a IA é aplicada têm avançado rapidamente, as vagas em profissões que podem se beneficiar da tecnologia têm crescido em ritmo mais lento. Alerta vindo de Dario Amodei, CEO da Anthropic, sugere que a IA pode eliminar cerca de metade dos empregos de nível inicial no setor administrativo nos próximos cinco anos, potencialmente elevando a taxa de desemprego a 20%. Em contraposição, os CEOs do Google e da Microsoft destacam que a IA vem contribuindo para a criação de 25 a 30% de todo o novo código nas empresas, sinalizando uma tendência de renovação e inovação no setor.