Sundar Pichai diz que o Google está “investindo fortemente” em respostas com IA nas pesquisas

Alphabet supera a Wall Street no primeiro trimestre de 2025 e revela recompra de ações de US$ 70 bilhões. Visões gerais de IA agora atendem 1,5 bilhão de usuários mensalmente, enquanto o Google acelera a implementação.

A Alphabet, empresa controladora do Google, registrou uma receita de US$ 90,23 bilhões e um lucro de US$ 2,81 por ação no Q1 de 2025 — ambos acima das expectativas dos analistas. As ações subiram 4% nas negociações após o fechamento.

O CEO Sundar Pichai destacou a força contínua do principal negócio de busca do Google e a estabilidade das receitas de publicidade como os principais motores dos resultados do trimestre. O Google Cloud faturou US$ 12,26 bilhões, refletindo um crescimento de 28% em relação ao mesmo período do ano anterior — um pouco abaixo do esperado, e inferior aos 30,1% do trimestre anterior. Pelos números, não é possível determinar se isso indica uma demanda mais fraca por IA ou se o Google está apenas atingindo os seus próprios limites de capacidade.

A busca permanece como o motor que impulsiona os negócios da Alphabet. A receita com publicidade cresceu 8,5%, alcançando US$ 66,89 bilhões — representando cerca de três quartos da receita total. Embora o ritmo de crescimento tenha desacelerado em comparação com o trimestre anterior, a empresa superou as projeções dos analistas.

Os investimentos em capital da Alphabet chegaram a US$ 17,2 bilhões no trimestre, um aumento de 43% em relação ao ano anterior. A expectativa é de que o capex anual atinja US$ 75 bilhões, com investimentos significativos em data centers, hardware para IA e infraestrutura de servidores.

Visões gerais de IA alcançam 1,5 bilhão de usuários mensais com expansão da implementação

O Google está intensificando o uso de respostas geradas por IA nas pesquisas, atingindo atualmente cerca de 1,5 bilhão de pessoas mensalmente. Sundar Pichai ressaltou essa prioridade, enfatizando que o Google está “investindo fortemente” em expandir o recurso para novos países, mais usuários e mais consultas.

Esse movimento ocorre enquanto o Google enfrenta pressão crescente de concorrentes na busca que utilizam modelos de linguagem avançados, como ChatGPT e Perplexity. A ideia por trás das visões gerais de IA é oferecer respostas rápidas e resumidas para questões complexas, ajudando os usuários a obter a informação necessária sem precisar acessar diversos links. Contudo, dados recentes sugerem que essa conveniência pode estar reduzindo o tráfego para os sites que originalmente fornecem as informações.

Além disso, o Google está testando um redesenho completo da sua busca, denominado “Modo IA”, que permite aos usuários inserir comandos multimodais. De acordo com Pichai, as consultas no Modo IA costumam ser, em média, duas vezes mais longas do que as buscas tradicionais.

As ferramentas de busca visual também estão ganhando impulso. O Circle to Search já opera em mais de 250 milhões de dispositivos, com um aumento de quase 40% no uso em relação ao último trimestre.

O número de usuários ativos no Estúdio de IA do Google e na API Gemini — majoritariamente desenvolvedores — saltou mais de 200% desde o início do ano, acompanhando o lançamento do Gemini 2.5 Pro. O modelo tem obtido resultados expressivos em benchmarks e na prática. O Google também lançou o Gemini 2.5 Flash, voltado aos desenvolvedores que necessitam de uma IA mais rápida e com custo mais acessível.

Os modelos Gemini já estão integrados em 15 produtos diferentes do Google, cada um contando com mais de 500 milhões de usuários. Isso inclui dispositivos Android, Pixel e outros aparelhos de consumo, onde recursos como Gemini Live Camera e compartilhamento de tela estão disponíveis. O chatbot Gemini, por si só, registra 350 milhões de usuários ativos mensais, de acordo com o Google.

No âmbito multimodal, o Google está lançando novos modelos para imagens e vídeos: o Imagen 3 para processamento de imagens e o Veo 2 para vídeos. Paralelamente, os modelos de código aberto Gemma já foram baixados mais de 140 milhões de vezes, conforme destacado por Pichai.

Fora do setor de software, a subsidiária de robotaxi da Alphabet, Waymo, está ampliando significativamente suas operações. Atualmente, a empresa realiza mais de 250 mil corridas pagas por semana — um aumento de cinco vezes em relação ao ano passado — posicionando a Waymo entre os poucos operadores com frotas de robotaxi movidas por IA em grande escala.