OpenAI classifica DeepSeek como “controlado pelo Estado” e defende proibição de modelos “produzidos pela RPC”

Em uma nova proposta de política, a OpenAI descreve o laboratório chinês de IA DeepSeek como “subsidiado pelo Estado” e “controlado pelo Estado”, recomendando que o governo dos EUA considere a proibição dos modelos dessa empresa e de operações similares apoiadas por entidades da República Popular da China (RPC).

A proposta, uma submissão para a iniciativa “Plano de Ação de IA” da Administração Trump, alega que os modelos do DeepSeek – incluindo seu modelo de “raciocínio” R1 – são inseguros, pois o laboratório precisa cumprir exigências da legislação chinesa para disponibilizar dados dos usuários. Segundo a OpenAI, banir o uso de modelos “produzidos pela RPC” em todos os países considerados como “Tier 1” nas regras de exportação da Administração Biden evitaria riscos à privacidade e de segurança, como o roubo de propriedade intelectual.

Não está claro se a referência da OpenAI a “modelos” diz respeito à API do DeepSeek, aos modelos abertos do laboratório ou a ambos. Os modelos abertos do DeepSeek não incorporam mecanismos que permitam ao governo chinês acessar os dados dos usuários, uma vez que empresas como Microsoft, Perplexity e Amazon os hospedam em suas próprias infraestruturas.

A OpenAI já havia acusado o DeepSeek – que ganhou destaque no início deste ano – de “destilar” conhecimento dos seus modelos em desacordo com os termos de serviço, conforme noticiado pela The Verge. Entretanto, as novas alegações – de que o DeepSeek é apoiado pela RPC e está sob seu controle – representam uma escalada na campanha da empresa contra o laboratório chinês.

Embora não haja uma ligação clara entre o governo chinês e o DeepSeek – um desdobramento de um fundo quantitativo chamado High-Flyer –, a República Popular da China tem demonstrado interesse crescente no laboratório. Há algumas semanas, o fundador do DeepSeek, Liang Wenfeng, reuniu-se com o líder chinês Xi Jinping.