A maior conferência anual da Nvidia, GTC, tem início nesta segunda-feira e seguirá até sexta-feira em San Jose. Haverá uma enxurrada de anúncios ao longo do evento.
O CEO Jensen Huang fará o discurso principal no SAP Center na terça-feira, às 10h (horário do Pacífico), com foco em IA e tecnologias de computação acelerada, de acordo com a Nvidia. A empresa também promete revelações relacionadas a robótica, IA soberana, agentes de IA e ao setor automotivo, além de promover 1.000 sessões com 2.000 palestrantes e quase 400 expositores.
Você poderá acompanhar o evento online juntamente com diversas sessões, palestras e painéis.
O que esperar da GTC? A Nvidia costuma reservar uma fatia significativa da conferência para estreias relacionadas a GPUs. Assim, é provável que seja apresentada uma nova e aprimorada versão da linha de chips Blackwell.
Durante a mais recente teleconferência de resultados, Huang confirmou que a série Blackwell B300, codinome Blackwell Ultra, deve ser lançada na segunda metade deste ano. Além de oferecer desempenho computacional superior, as placas Blackwell Ultra contarão com uma memória ampliada de 288GB – um diferencial atraente para os clientes que precisam executar e treinar modelos de IA que consomem muita memória.
A próxima geração de GPUs da Nvidia, denominada Rubin, deverá ser mencionada na GTC ao lado do Blackwell Ultra. Previsto para 2026, Rubin promete proporcionar o que Huang descreveu como um “passo gigantesco” na potência de computação.
Huang afirmou ainda, durante a chamada de resultados, que abordará produtos que virão após a série Rubin. Essa nova etapa pode incluir GPUs da linha Rubin Ultra ou até mesmo a arquitetura que sucederá a família Rubin. (Os chips são batizados em homenagem a Vera Rubin, a astrônoma que descobriu a matéria escura.)
Além das GPUs, a Nvidia deve revelar sua abordagem diante dos avanços recentes em computação quântica. A empresa programou um “dia quântico” durante a GTC, onde executivos de empresas de destaque no setor discutirão o caminho rumo a aplicações quânticas úteis.
Uma coisa é certa: a Nvidia pode muito bem estar em busca de uma vitória. Relatos indicam que as primeiras placas Blackwell sofreram com sérios problemas de superaquecimento, levando clientes a reduzir seus pedidos. Além disso, controles de exportação dos Estados Unidos e temores em relação a tarifas internacionais venem pressionando o valor das ações da empresa nos últimos meses. Paralelamente, o sucesso do laboratório de IA chinês DeepSeek – que desenvolveu modelos eficientes, competitivos com os de grandes centros de pesquisa – levantou preocupações entre investidores quanto à demanda por GPUs potentes, como as da série Blackwell.
Huang, entretanto, destacou que a ascensão do DeepSeek tende a ser, no final das contas, um ponto positivo para a Nvidia, pois poderá acelerar a adoção mais ampla da tecnologia de IA. Ele também apontou para o crescimento de modelos de “raciocínio” – aqueles que demandam grande poder computacional, como o o1 da OpenAI – como o próximo grande desafio da empresa.
Para se ter uma ideia, a Nvidia registrou um trimestre recorde em fevereiro, alcançando US$ 39,3 bilhões em receita, com previsão de US$ 43 bilhões para o trimestre seguinte. Embora concorrentes como a AMD já tenham começado a disputar espaço no mercado, a Nvidia ainda detém aproximadamente 82% do segmento de GPUs. Mesmo assim, Huang demonstra impaciência para ver aplicações de IA que realmente marquem presença além do setor tecnológico.