Estaríamos Jogando Nossa Capacidade Cognitiva para as Máquinas?
Ao recorrer a ferramentas de inteligência artificial como Google Gemini, ChatGPT e Siri, conseguimos respostas instantâneas para diversos questionamentos. Esse hábito de transferir o esforço cognitivo para as máquinas se tornou natural, mas o aumento de evidências sobre o declínio da inteligência humana tem levado alguns especialistas a questionarem se essa prática poderia estar contribuindo para a queda de nossa capacidade intelectual.
Pesquisas recentes sugerem que nosso poder cerebral pode estar em declínio, mas a inteligência é um fenômeno muito complexo. Ela é moldada por diversos fatores, como a ingestão de micronutrientes (por exemplo, o iodo, que é essencial para o desenvolvimento cerebral e habilidades intelectuais), cuidados pré-natais, número de anos de escolaridade, poluição, pandemias e, claro, o avanço tecnológico. Devido a essa multiplicidade de influências, fica difícil isolar o impacto de apenas um fator na redução do QI.
Apesar dos desafios em quantificar o efeito geral da inteligência artificial sobre a inteligência humana a curto prazo, as preocupações de que o repasse de tarefas cognitivas possa diminuir habilidades específicas são reais e mensuráveis. Diversos estudos apoiam a ideia de que essa dependência das ferramentas de IA pode, de fato, enfraquecer determinadas capacidades cognitivas, contribuindo para a percepção de que estamos nos tornando menos inteligentes.