Google DeepMind e o Futuro do Gemini, AGI e Autoconsciência da IA

Durante uma entrevista na 60 Minutes, o CEO do Google DeepMind, Demis Hassabis, compartilhou insights sobre o futuro da inteligência artificial, abordando novidades do projeto Gemini, as perspectivas para a inteligência artificial geral (AGI) e discutir aspectos da autoconsciência da IA.

Na conversa, foram exibidos trechos do aplicativo Project Astra, atualmente disponível para testadores confiáveis. Destacou-se uma saudação inicial executada pela Astra: “Olá, Scott. É bom te ver novamente.” Essa versão interna conta com uma memória aprimorada, que armazena detalhes essenciais de conversas anteriores para oferecer uma experiência mais personalizada, além de manter um registro de 10 minutos da interação atual. Essas capacidades, segundo os responsáveis, deverão migrar para a versão Gemini Live em breve.

Também foi apresentada, de forma breve, uma demonstração do Astra em óculos inteligentes.

O Google DeepMind está treinando seu modelo de IA, chamado Gemini, com o objetivo não apenas de revelar o mundo, mas também de interagir com ele, realizando tarefas como reservar passagens e efetuar compras online. Essa iniciativa remete ao Project Mariner, que Sundar Pichai havia mencionado que chegaria ao Gemini ainda este ano.

Hassabis reforçou sua convicção de que a inteligência artificial geral (AGI) ainda está a 5-10 anos de distância. Quando perguntado pela 60 Minutes como seria esse futuro em 2030, ele afirmou que “teremos um sistema que realmente entende tudo ao seu redor de maneira muito nuançada e profunda – algo que estará integrado ao nosso dia a dia.”

Na entrevista, também foi questionado se o Google DeepMind está trabalhando em um sistema que pudesse ser considerado autoconsciente. Em sua resposta, Hassabis afirmou: “Não acredito que os sistemas atuais se sintam autoconscientes ou tenham qualquer tipo de consciência. Cada um interage e toma suas próprias decisões ao usar esses chatbots, e, teoricamente, isso é possível.”

Quando indagado se a autoconsciência era um objetivo explícito, ele respondeu que “não explicitamente”, mas reconheceu que esses sistemas poderiam, de forma implícita, desenvolver algum sentimento de autoconsciência. Ele ressaltou a importância desses sistemas compreenderem o usuário, o “eu” e o “outro”, o que pode representar o início de algo similar à autoconsciência.

Hassabis também destacou que a percepção de consciência entre os seres se baseia em dois fatores: a semelhança de comportamento e o fato de compartilharmos a mesma natureza biológica. No entanto, mesmo que máquinas possam exibir comportamentos similares e reproduzir respostas idênticas, isso não garante que elas experienciarão a sensação de consciência da mesma forma que os seres humanos, já que operam com seus circuitos de silício.