DOGE está muito aquém de sua meta e ainda superestima seu progresso
Na semana passada, Elon Musk indicou pela primeira vez que seu Departamento de Eficiência Governamental não estava atingindo seu objetivo. Anteriormente, ele havia afirmado que sua poderosa equipe de contenção de gastos seria capaz de reduzir o orçamento federal do próximo ano fiscal em US$ 1 trilhão até 30 de setembro, término do atual exercício. No entanto, durante uma reunião ministerial na última quinta-feira, Musk afirmou que esperava uma economia de aproximadamente US$ 150 bilhões – 85% abaixo do prometido.
Inclusive, esse número pode estar superestimado, conforme análise do The New York Times sobre as alegações do departamento. O motivo é que, ao contabilizar as economias já realizadas, o grupo aumenta artificialmente seu progresso ao incluir erros bilionários, contabilizar gastos que não ocorrerão no próximo ano fiscal e fazer suposições sobre despesas que podem nem se concretizar.
Um dos maiores destaques das reivindicações do grupo diz respeito ao cancelamento de um contrato que, na verdade, sequer existia. Embora o governo tenha afirmado que, nesse caso, apenas foi solicitado o envio de propostas – sem a definição de um fornecedor ou valor – o grupo ignorou essa incerteza e se atribuiu um crédito elevado e muito específico pelo cancelamento, alegando uma economia exata de US$ 318.310.328,30.
As medidas adotadas pelo grupo de Musk já resultaram em demissões massivas no setor público e cortes significativos na ajuda humanitária em diversas partes do mundo. Tais mudanças foram justificadas por duas promessas: a transparência do processo e a realização de cortes orçamentários que, segundo alguns críticos, seriam impossíveis.
Entretanto, ao observar o grupo revisitando suas metas e inflando seu progresso, aliados de Musk passaram a questionar tanto a transparência quanto a eficácia das medidas adotadas.
No site do Departamento de Eficiência Governamental, consta a informação de que foram economizados US$ 150 bilhões em gastos federais. Contudo, até o início de abril, foram apresentados comprovantes detalhados de menos de 40% desse valor.