David Cronenberg afirma que a polêmica da IA em “The Brutalist” foi uma campanha no estilo Harvey Weinstein fomentada por outros indicados ao Oscar
O renomado diretor de terror David Cronenberg compartilhou sua visão sobre a forte reação contra o uso de inteligência artificial em “The Brutalist”. Em janeiro, o editor Dávid Jancsó revelou que ferramentas de IA foram utilizadas para aprimorar o diálogo em húngaro dos atores Adrien Brody e Felicity Jones. O emprego dessa tecnologia controversa rapidamente desencadeou uma onda de críticas online contra o favorito ao Oscar, mas Cronenberg acredita que a repercussão ultrapassou uma simples discussão nas redes sociais.
“Tenho que confessar, houve um escândalo em ‘The Brutalist’”, declarou Cronenberg durante sua participação no Royal Festival Hall, em Londres. “Houve uma discussão sobre Adrien Brody… mas aparentemente utilizaram inteligência artificial para melhorar seu sotaque. Acho que foi uma campanha contra ‘The Brutalist’ promovida por alguns outros indicados ao Oscar. É muito parecido com um caso típico de Harvey Weinstein, mesmo que ele não estivesse envolvido.”
O diretor acrescentou: “Nós alteramos as vozes dos atores o tempo todo. No caso de John Lone em ‘M.Butterfly’, quando ele estava interpretando esse personagem, esse cantor, eu aumentei o tom da voz e, quando sua identidade foi revelada, retornei à sua voz natural. Isso faz parte do processo da criação cinematográfica.”
Suas considerações sobre o épico de três horas e meia de Brady Corbet surgiram durante uma conversa com seu colaborador de longa data, Howard Shore. Juntos, o duo já trabalhou em diversos filmes, incluindo “História de Violência”, “Crash”, “They Fly”, “Videodrome”, “eXistenZ” e “Naked Lunch”.
Apesar da controvérsia inicial, “The Brutalist” conquistou três estatuetas na 2025 Academy Awards, levando para casa os prémios de Melhor Ator, Melhor Trilha Sonora Original e Melhor Fotografia.