CBA usa IA como parte do seu “big room planning”

Prioritizando seus esforços de entrega de software, o CBA utiliza a inteligência artificial (IA) durante o “big room planning”, uma atividade ágil trimestral que reúne 16.000 colaboradores de diversas áreas do banco para coordenar atividades e metas na entrega de software.

No processo, a ferramenta Atlassian Intelligence – uma IA projetada para interagir com o ambiente de nuvem Atlassian – foi introduzida em dezembro do ano passado para apoiar os usuários durante o planejamento. De acordo com Helen Lau, gerente geral de plataforma de engenharia, as bases foram estabelecidas com a migração dos ambientes Jira e Confluence, anteriormente sediados em servidores locais, para a nuvem.

Ambas as ferramentas já são parte essencial do processo de planejamento. O Jira, por exemplo, identifica e monitora as dependências – entradas ou contribuições necessárias de outras equipes – que fazem parte de um projeto ou programa de trabalho. Um aspecto importante do “big room planning” é colocar “tudo que vale ser discutido na mesa”. Questões que afetam apenas equipes específicas são tratadas internamente, mas, quando há dependência entre equipes ou um grande volume de demandas, é preciso dialogar para alinhar responsabilidades e entregas.

A iniciativa do “big room planning” serve para deixar as discussões e problemas à mostra, definir o que será priorizado e financiado para o próximo trimestre e, por outro lado, o que pode ser deixado de lado. Até o momento, o banco já realizou dois ciclos desse planejamento, envolvendo 16.000 colaboradores das suas operações na Austrália e na Índia.

A IA tem sido utilizada principalmente para resumir materiais extensos e chegar mais rapidamente ao ponto central das discussões. Segundo Lau, os tickets de dependência no Jira costumam ser breves, mas fazem referência a documentações detalhadas no Confluence, que são então resumidas por meio da IA. “Utilizamos esse recurso para nos ajudar a chegar ao conteúdo e à mensagem principal com mais agilidade, permitindo que iniciemos a conversa correta o quanto antes, em vez de ficar lendo documentos, trocando e-mails ou realizando diversas reuniões”, explicou Lau.

Além do processo trimestral, a Atlassian Intelligence tem sido empregada de forma mais ampla, contribuindo para que o CBA economize cerca de 2.500 horas mensais na elaboração de resumos de documentos importantes de entrega. Outra aplicação importante é ajudar as equipes – ou “squads”, compostas por 10 a 20 pessoas – a desmembrar épicos em histórias de usuário. No contexto ágil, um épico representa um conjunto de trabalhos que podem ser quebrados em tarefas menores, conhecidas como histórias de usuário.

Cada squad economiza aproximadamente 14 horas por mês nesse processo de desmembramento, o que, somado aos 1.100 squads do grupo, revela um impacto expressivo na eficiência. Helen Lau destacou que o “satisfação dos clientes internos” ao utilizar a IA dentro do ecossistema de ferramentas Atlassian é “o maior diferencial para nós”. Segundo ela, “recebemos diversos feedbacks positivos”, o que é especialmente valioso em um setor de TI onde geralmente os retornos se limitam a incidentes de alta prioridade.

O “big room planning”, integrado à abordagem ágil e DevSecOps do banco, tem contribuído para que o CBA coloque mais produtos e funcionalidades em produção, beneficiando seus clientes. Lau comentou que, ao ingressar no banco há três anos, eram realizadas cerca de 2.000 a 3.000 mudanças mensais. Atualmente, esse número ultrapassa 9.000 mudanças em produção, traduzindo-se em 9.000 novas funcionalidades disponíveis para os clientes – que podem variar de prompts e chatbots a outras inovações.