Expansão do Ensino de Graduação nas Principais Universidades da China Visa Fortalecer as Capacidades em IA e Áreas Estratégicas

HONG KONG, 10 de março – Várias das principais universidades da China anunciaram planos para ampliar o número de vagas em cursos de graduação, priorizando o que chamam de “necessidades estratégicas nacionais” e desenvolvendo talentos em áreas como inteligência artificial (IA).

Os anúncios vêm após as universidades chinesas lançarem, em fevereiro, cursos de inteligência artificial baseados na startup DeepSeek, que tem atraído ampla atenção. DeepSeek, ao desenvolver modelos de IA comparáveis aos mais avançados dos Estados Unidos, mas com uma fração do custo, foi descrito como um “momento Sputnik” para a China.

Analistas destacam que o sucesso da DeepSeek – quase inteiramente conduzido por pesquisadores de universidades de elite nacionais – evidencia como o investimento de Pequim na formação de um amplo grupo interno de talentos nas áreas de STEM, aliado às recentes restrições dos EUA quanto a vistos para estudantes chineses, permitiu à China alcançar patamares competitivos em IA.

A Universidade de Pequim anunciou que acrescentará 150 vagas para graduação em 2025, com foco em áreas de “importância estratégica nacional”, disciplinas fundamentais e “campos emergentes de fronteira”. Essas vagas concentrarão esforços em ciência da informação e tecnologia, engenharia e medicina clínica.

A Universidade Renmin informou que irá adicionar mais de 100 vagas em áreas como a inteligência artificial, visando o aprimoramento da inovação. Segundo o comunicado, essa expansão está “intrinsecamente ligada” ao plano de transformar a China em uma “nação educacional poderosa” e de fomentar o desenvolvimento de talentos na era digital.

A Universidade Shanghai Jiao Tong também reforçará seu quadro, com a inclusão de 150 vagas que abordarão “tecnologias de ponta” e indústrias emergentes “urgentemente necessárias”, abrangendo IA, circuitos integrados, biomedicina, saúde e novas energias.

Esse movimento ocorre paralelamente ao lançamento, em janeiro, do primeiro plano nacional voltado à construção de uma “nação educacional forte” até 2035, que visa coordenar o desenvolvimento educacional, aprimorar a eficiência em inovação e reforçar a posição do país. Em dezembro, as autoridades educacionais anunciaram ainda o início da educação em IA no ensino fundamental e médio, objetivando cultivar a criatividade, o interesse científico e as habilidades digitais dos estudantes.