Ações da Nvidia caem após anúncio de novos chips de IA
Na última terça-feira, durante a conferência anual GPU Technology Conference (GTC) em San Jose, Califórnia, a Nvidia apresentou sua nova geração de chips de inteligência artificial, desenvolvidos para impulsionar avanços em robótica e em veículos autônomos. Apesar das inovações, as ações da empresa caíram mais de 3% imediatamente após o anúncio, reflexo do sentimento de cautela do mercado em meio a incertezas econômicas e preocupações decorrentes de tarifas comerciais.
Desafios e oportunidades em meio à inovação
Este cenário se somou a um recuo de 15% nas ações da Nvidia ao longo deste ano, influenciado tanto pela postura dos investidores perante o clima global de aversão ao risco quanto pelo lançamento, por parte da startup chinesa DeepSeek, de um modelo de IA generativo mais acessível. Embora o relatório trimestral da empresa tenha apontado um abrandamento no crescimento das vendas, analistas do mercado enxergam a situação como uma oportunidade, destacando que a avaliação da Nvidia continua atraente em meio a um cenário de expansão contínua.
Novas gerações de chips e sistemas supercomputacionais
Em um dos destaques da conferência, a Nvidia anunciou a chegada do Blackwell Ultra, sucessor dos chips Blackwell, com início previsto de envios na segunda metade de 2025. Com capacidade para realizar mais tarefas em menos tempo, essa nova plataforma permite que provedores de serviços em nuvem potencializem sua receita em até 50 vezes em comparação com os GPUs de geração anterior.
Outro grande anúncio foi o do sistema Vera Rubin, de próxima geração, que combina capacidades de CPU e GPU. Previsto para ser lançado na segunda metade de 2026, o supercomputador – batizado em homenagem à astrônoma que ajudou a descobrir a matéria escura – é projetado para alcançar 50 petaflops durante operações de inferência, mais que o dobro do desempenho dos chips Blackwell atuais.
Parcerias estratégicas e investimentos em IA
A Nvidia também revelou parcerias com gigantes como Walt Disney e Google DeepMind por meio do projeto Isaac GR00T N1, focado em acelerar o desenvolvimento em robótica. A empresa firmou ainda cooperações com a General Motors para a criação de uma IA automotiva de próxima geração e com T-Mobile US e Cisco Systems para desenvolver hardware que suportará redes 6G impulsionadas por inteligência artificial.
Seus principais clientes – entre eles Amazon, Microsoft, Alphabet e Oracle – já adquiriram, em conjunto, cerca de 3,6 milhões dos chips Blackwell em 2025. Projeções indicam que os investimentos em infraestrutura de IA devem atingir US$ 371 bilhões este ano, com uma contínua escalada para cerca de US$ 525 bilhões até 2032. Essa tendência aponta para uma maior ênfase no aperfeiçoamento de potência de processamento e capacidades de inferência, em vez de um desenvolvimento focado exclusivamente em novos modelos de IA.
Avanços na inteligência artificial agentica
Durante sua apresentação, o CEO Jensen Huang destacou uma revolução nos últimos dois a três anos no campo da inteligência artificial. Segundo Huang, a evolução, denominada agentic AI, permite que os sistemas “racionalizem sobre como responder ou como solucionar um problema”, representando um avanço fundamental e transformador na tecnologia.