A Mensagem da IA no Vale do Silício: “Ninguém Vai Desacelerar”

Após um dia intenso na conferência de tecnologia do Goldman Sachs, o analista de internet da empresa, Eric Sheridan, compartilhou sua principal conclusão: “Ninguém vai desacelerar.”

Mesmo com investimentos maciços em infraestrutura de inteligência artificial, quase todos os executivos de tecnologia presentes afirmaram que a demanda por IA está superando a capacidade de fornecer inteligência. Essa realidade foi destacada por executivos da CoreWeave, empresa que constrói e opera data centers focados em IA, os quais descreveram a situação como “inabalável”, registrando um novo aumento na demanda por IA nas últimas quatro a seis semanas.

Durante o boom da internet no final dos anos 90, a infraestrutura foi montada com base na quantidade de visitantes nos sites. Hoje, porém, há receitas reais, tanto de consumidores quanto de empresas, que pagam pelos serviços de IA. Essa mudança de paradigma ressalta o quanto a tecnologia evoluiu e ganhou propósito comercial.

A conferência contou com a presença de Sarah Friar, diretora financeira da OpenAI, que, diante de um público abarrotado, destacou que a empresa está no caminho para gerar US$ 13 bilhões em receita este ano. Contudo, a OpenAI continua fortemente limitada pela capacidade computacional, o que obriga a empresa a tomar decisões difíceis, como retardar o lançamento de novos produtos, reduzir intencionalmente a velocidade de alguns serviços e selecionar quais projetos de pesquisa receberão investimentos.

O cenário também tem fomentado parcerias inusitadas. Durante o evento, a diretora financeira da Meta, Susan Li, mencionou que a empresa está colaborando com o Google, seu arquirrival, enquanto Friar revelou que a OpenAI também está utilizando a nuvem do Google para aumentar sua capacidade. Essa disputa acirrada entre grandes players evidencia a rivalidade que se intensifica no mercado de busca alimentado por IA.

Outra preocupação levantada durante a conferência foi o impacto da IA no setor de software. Com o avanço das ferramentas de desenvolvimento autônomo, criar softwares personalizados internamente tornou-se mais fácil, o que pode alterar radicalmente a forma como o mercado de SaaS opera e pressionar as empresas que fornecem esse tipo de serviço.

À medida que a expansão da inteligência artificial acelera, executivos e especialistas seguem atentos aos desdobramentos dessa transformação que promete redefinir os modelos de negócio e a maneira como a tecnologia é desenvolvida e consumida.